HISTÓRIA DA ANL
A fundação da ANL foi uma resposta de
Cascudo aos apelos da Federação das Academias de Letras. Assim como a Academia
Brasileira de Letras, criada em 1896, a ANL também se emoldurou com base na
Academia Francesa, a primeira do mundo, fundada em 1635.
Presente na data de fundação da ANL,
Adauto Câmara, Edgar Barbosa, Januário Cicco, Otto de Brito Guerra, Antônio
Soares de Araújo, Nestor Lima, Floriano Cavalcanti e Luís Gonzaga de Monte,
entre outros.
O RN colecionava intelectuais de
reconhecida capacidade. Mas faltaram nomes para preencher as 40 cadeiras
(número inspirado na ABL) e apenas 25 imortais protagonizaram as primeiras
vagas da ANL. Em 1943, o número era de 30 acadêmicos, alcançando, mais tarde “a
tarefa realizada dos 40 e seus sucessos no tempo”, como afirmou Cascudo.
Mesmo fundador da Academia, Cascudo
recusou-se a aceitar a presidência. Mais tarde também rejeitaria o convite para
ser membro da ABL; convite enviado por votação unânime dos chamados imortais.
Segundo Diógenes da Cunha Lima,
Cascudo alegou ser apenas um provinciano. Talvez daí venha a origem da frase
“Sou um provinciano incurável”.
Cascudo seria o quinto representante
potiguar na história da ABL. Os outros quatro são o médico e ficcionista,
estudioso das artes e ciências, Peregrino Júnior; o historiador Rodolfo Garcia;
e os ainda atuantes, o jornalista e escritor Murilo Melo Filho e, mais
recentemente, o diplomata Almino Afonso, nascido em Mossoró.
Com a recusa de Cascudo, o bacharel
em direito e escritor Henrique Castriciano foi eleito o primeiro presidente da
ANL, tendo como secretários Adherbal de França e Edgar Barbosa.
Ativista pelos direitos da mulher,
sobretudo no campo da educação (criou a Escola Doméstica de Natal), Henrique
Castriciano escolhe patrona de sua cadeira a idealista, revolucionária e
escritora Dionísia Gonçalves Pinto, ou Nísia Floresta Brasileira Augusta, como
é mais conhecida.
A irmã de Castriciano, a poeta Auta
de Souza, que morreu prematuramente aos 24 anos, também foi homenageada pela
ANL como patrona da cadeira de número 20.
PATRONOS E AUSENTES
Além dos 40 patronos escolhidos
quando da fundação da ANL pelos 40 primeiros ocupantes das cadeiras, houve mais
de 100 sucessores (EXATAMENTE 143) ao longo dos 86 anos de história da Academia.
Muitos ficaram de fora, seja por
derrotas em suas candidaturas, seja por rejeição ao convite ou por esquecimento
da instituição. Casos de Deífilo Gurgel, Zila Mamede, Moacy Cirne, François
Silvestre, Marize Castro…
Entre os imortais, estão padres,
políticos, jornalistas, historiadores, artistas plásticos, folcloristas,
cronistas, pesquisadores, médicos, juristas… Mas predominam mesmo os poetas.
E, tristemente, uma amarga maioria de
homens. Entre os 40 patronos, três mulheres: Nísia Floresta, Isabel Gondim e
Auta de Souza. Entre os 40 primeiros ocupantes, apenas Carolina e Palmyra
Wanderley.
E o quadro parece não se alterar.
Entre os mais de 80 sucessores, apenas mais cinco mulheres: Maria Eugênia
Montenegro, Anna Maria Cascudo, Sônia Fernandes Ferreira, Diva Cunha e, mais
recentemente, Leide Câmara.
PRIMÓRDIOS E DIFICULDADES
No início, ainda sem sede própria, as
primeiras reuniões dos acadêmicos se davam em locais variados. O Instituto
Histórico e o Atheneu foram os espaços mais usados.
Foi o então governador Sylvio Pedroza
(depois acadêmico) quem doou o terreno na rua Mipibu para construção do prédio
da ANL, inaugurado em 28 de junho de 1958, na administração de Manoel Rodrigues
de Melo.
Hoje, sendo associação privada sem
fins lucrativos, a ANL é mantida pelos acadêmicos. Por vezes recebe verba do
Governo do Estado, mas sem regularidade. Alguns espaços do prédio são alugados
e ajudam na manutenção.
FONTE – TRIBUNA DO NORTE
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